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domingo, 23 de novembro de 2008

UM ABRAÇO NOSSO...


Fotos da Ilha do Faial - Açores - Portugal


Repousamos em nuvens de chuvas, o piso certo para
estas emoções.
O ar impregna-se de sensualidade num convite ao
sonho da realidade.
Fecho os olhos, unindo os nossos lábios, num beijo
molhado...

Viajamos num abraço dos nossos braços, que faz o
meu corpo estremecer...
Um abraço que aquece o meu ser em invernias,
iluminando um longo trilho,
e onde aqueço o meu corpo, com os teus beijos, que
me cobrem de desejos.

Sinto que afloram mil e um devaneios, que se
manifestam no meu sentir,
e envolvendo-me nas ondas do teu corpo, sou
inundada por ondas que me consomem,
e mansamente se espraiam, num abraço caliente,
selado por carícias...

Procuro nos teus olhos o amparo, e entrelaço-me uma
vez mais em ti,
Num abraço que declara o nosso direito de sentir e
reviver todos os instantes,
restringindo a nós, e em nós, o universo, num brinde
à vida... Num abraço nosso...

Poema & Fotos:

Fernanda Costa

Lisboa, 23 de Novembro de 2008
Posted by Picasa

sábado, 15 de novembro de 2008

ATÉ JÁ !...

Acordo a meio da noite com meio corpo enrolado no
lençol...
Olho para ti... Permaneces bem quieto, deitado, e
sorris...
Sonhas... Sorrio enquanto te observo e ouço as
batidas do teu coração...

A lua esconde-se entre a neblina, aumentando o
romantismo do momento...
Com a minha voz, quente e macia, sussurro-te ao
ouvido,
num murmúrio suave para não quebrar tão doce encanto:

"É o teu amor, meu amor, que me invade e me faz
sentir tua...
E tu, de tanto seres meu, fizeste com que nos
tornássemos um só.
Não abras os olhos... encontrar-nos-emos... um dia...
Até já..."

Levanto-me, deixando aquele espaço onde poucas
horas antes
incendiávamos os nossos corpos...
Penetraste não só o meu corpo, mas também a minha alma,
respirando, sentindo, e amando cada pedacinho de
mim...

Voltarei...
E quando os ponteiros do relógio se cruzarem de novo
e as linhas horizontais se tingirem de rubro,
ter-me-ás encontrado no teu sonho feito realidade...

Fernanda Costa

Lisboa, 16 de Novembro de 2008

domingo, 9 de novembro de 2008

ENCONTREI-ME COMIGO

Escalei uma montanha.
Subi ao ponto mais alto.
Respirei.
Esperava-me alguém.
Saudámo-nos.
Senti-lhe a voz da alma,
Naquela melodia calma,
Que respirava liberdade arejada,
Sobe a lua dourada.
Pareceu-me familiar.
Vi-me nela.
Não, não podia ser.
Eu…eu não era assim.
Talvez…talvez a outra parte de mim?!

A outra parte de mim,
De mim lutadora,
Que tinha chegado vencedora
Ao cume da montanha.

Sim, eu!
Encontrei-me comigo
No cimo da montanha,
Que me ofereceu abrigo
E me enalteceu pela façanha.

Lá construí uma fortaleza,
Fortaleza de mim…
Longe da mescla do sentimento,
Longe da tempestade de areia no deserto!


Fernanda Costa

Lisboa, 9 de Novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

FARRAPOS DE NEBLINA

Os farrapos translúcidos,
Translúcidos de neblina,
Engolem o mar,
Mesmo à minha frente.
As cristas agitadas
Expulsam ondas magoadas.

O primeiro raio-de-sol acordado
Faz cintilar uma estrada,
Estrada enorme de mar prateado.

Passam duas gaivotas.
Parecem amigas.
Talvez amantes,
Pela forma como se abraçam
Em pleno voo…
Num voo suave, mágico,
Divino, celestial, endeusado,
Enquanto um enamorado
Vê nelas o sonho,
O sonho de um enobrecido amor
Pela neblina ofuscado.

Salta uma bola.
Tomba-se o sonho.
Tomba-se a ilusão.

Foi-se o devaneio.
Foi-se o sol.
Foram-se as gaivotas.

Foi-se a gente.
Fui-me eu
Para a cidade real.


Fernanda Costa

Lisboa, 6 de Novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

MEU POEMA

Meu poema é esta casa
Vazia
De porta aberta
No limiar palhaço estou
- É entrar é entrar
É entrar
Entraste tu
Com teu corpo de promessa
Entrou cachorro farejando
Farejando
Entrou o barco (deve ser
Este meu porto)
Menino entrou (primeiro entrara
Seu arco)
Guarda-nocturno p’ra investigar
Entrou
E uma voz (que antes dele tinha
Entrado)
Um rio entrou com peixes e
Pescadores
Entrou um «piquenique de
Burgueses»
E aquela «triste e leda madrugada»
Entraram

Romeu e Julieta
Dante e Beatriz
Paulo e Virgínia
Tristão e Isolda
Rei Arthur e os cavaleiros da
Távola Redonda
O Donzel do Mar e sua amada
Helena e seu raptor
(atrás o cavalo de Troía)
Entraram (depois dos mouros
Terem saído)
Lendas de mouras encantadas
Ainda entraram

Liteiras
Diligências
Automóveis
Aviões
De foguetão entraram
Ao astronautas
Meu poema agora
Está
Cheio


Fernanda Costa

Lisboa, 5 de Novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

EVOCAÇÃO DE CRETA

Reclinada chorando estavas
- Porque choras?
- Quebrei nossa lanterna. Meu espírito feneceu
Subtil debuxo de açafroado manto
- Desdobrado sobre plátano aguardaremos
Altear da lua
- E quando se esconder o luar ?
- Lúcidos pirilampos rebrilhar-se-ão em
Ebúrnea agulha
- E quando de amor se morrerem ?
- De novo o azeite do reverbero lunar se
Entornará
- Certo. Mas era a chama que abria no
Fuste da coluna
Esvoaçante capitel de pombas
Esfrangalhando a se lado de nossa lucerna
Evolado halo
Chorei
Toalha fina de angústia se dormiu
Afagante gaze
Intumescido de água inflava
O grão
Da pele amarelo-oiro fendida
A grávida suspeita de nossos olhos
- sangue e húmus balbuciando-se
Sonhado embrião
E pequena e ávida radícula perfurando-nos
Veia germinava-se
Quando
Por labirínticos corredores nos perseguia resfolgante
O Minotauro
Sulfúreo disparado bafo no coágulo de
Nossas nucas
Fogosas no riste das hastes espremiam-se danadas
Milenárias fomes
Oh o monstro antegozava nas iconoclastas
Papilas
Diluição de frágil gérmen
Dançou-se a deusa invocada na redonda
Nuvem de sua vestia
Rumo flechava-se triangular em
Cabeça de expedita serpente
E o aroma dos mirtos mais e mais se
Abria
Na nascitura claridade
Secreta verde folha levitando-nos se
Apontava erecta sob o escudo do
Sol
Foi assim que
Desfiado roxo casulo ardendo-se na orla do
Pórtico sagrado
Hierática se cumpriu a flor de lis
- o fogo que procurávamos
(dissemo-nos)

Fernanda Costa

Lisboa, 2 de Novembro de 2008

ANJO DE CATEDRAL

Acorda-te
filho
resplandecem asas
arqueio de flor
Ausculto -
olhos cerras
lábios cinges
ó anjo
longínquo te manténs
E nosso pacto ?
Aqui voltei
Aqui a Pisa
Na vespertina iluminada hora
fremente defini
teu adivinhado brando vulto
Adejantes braços
do mármore
meu sangue te ancoraste
e te incubei
e te pari ó anjo
eu a mecenas preso e
suja espórtula
Imarcescível nos séculos
humanaste
perambulante linfa
dimanando-se
do teu coração leve rumor
articulou
Com outros (anjos-meninos)
correste no jardim
e atento nas escolas
te ilustraste
Meu anjo pontual
a evícias sujeito de turístico horário
Volvi
Trajo (por ti
sincronizado)
actualizei
Tua mão na minha
desta cidade
ao grande mar
obliquaremos
E
in U.S.A.
dolarizado multitudine
(em cujo coração europa
não fenece)
perante nós
assaz emocionanda
e (s) coará.

Fernanda Costa

Lisboa, 2 de Novembro de 2008
 
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